4 de out. de 2015

Eu, a toalha de linho verde


Os furinhos que você encontra ao me ver, nesse belo linho verde, não são de traças. Foram deixados pelo meu uso constante. Assim, se não tenho rugas, tenho marcas que indicam que fui apreciada. Sempre gostei de mim, pelo verde, pelo violeta, que carrego desde a primeira metade do século XX. Certamente alguém poderá encontrar algo semelhante, em antigas revistas. Quem sabe ao me ver, se recorde de cenas de histórias passadas. Não saberia contar quantos olhos, quantas mãos, xícaras, pratos e bules eu conheci. Sei que amparei alguns doces, espanhóis e italianos. Muitas vezes troquei impressões com as formigas que vinham atrás das migalhas; eu ria, faziam cócegas. Conte, confesse! Você ficou com inveja do meu belo ponto “ajour”, dessa minha bainha aberta, não é?
Adriana out 2015 

3 comentários:

Anônimo disse...

ei, bromelia. belo trançado.
vou publicar um livro com
alguns daqueles poemetos
do caixote e outros do baú.
beijo. zeca.

guida burt disse...

Gostei. Gostei bastante, das letras e dos bordados. Acompanharei.
Parabéns!

guida (sta. gema)

Maria Izabel disse...

Linda toalha, lindos pontos