1 de out. de 2015

Seu Justo e Dona Branca


-Meu nome é Branca. Peguei do batom mais forte e engrossei meus lábios. O calor que aqui impera é propício ao colo à mostra. Saí de casa, fechei a porteira e de lembrança levo a cor de meu jacarandá florido.

-Meu nome é Justo. Apendi da vida varrendo a sacristia da igreja, desde pequeno. Cansei de ver. Fechei a porta e entreguei a chave ao padre.
Nos conhecemos no sopé da serra. Estamos sentados e nossas pernas roçam, sem querer. Resolvemos partir. Não iremos para Maracangalha porque não temos chapéu de palha.  Não iremos sós. Apenas fugimos do barulho ensurdecedor do silêncio. O motorista do caminhão que passou inda agora nos disse que parecemos tela de cinemascope. Uma foto 3 X 4  projetada ao imenso futuro. Deixamos de ser pequenos há tempos. Podem nos chamar de Seu Justo e Dona Branca, quase uma imagem de infância.

Duayer no traço do casal; Adriana no bordado e texto, em set 2015

Um comentário:

Maria Izabel disse...

Gostei do casal e da moça de roxo batom